quinta-feira

SÃO JOÃO BATISTA DA CONCEIÇÃO


SÃO JOÃO BATISTA DA CONCEIÇÃO
Reformador da Ordem trinitária
(1561-1613)

Nasce em Almodóvar del Campo (Ciudad-Real) em 10 de julio de 1561. Filho de pais tão cristãos que mereceram hospedar Santa Teresa de Jesus, quando se dirigia de Castilla à Andalucía. A casa natal de São João Batista se encontrava situada em frente a um convento de carmelitas descalços. Ao despedir-se, a reformadora do Carmelo reuniu todos os familiares da casa e dirigiu à mãe deles estas palavras: “Senhora, tem aqui um filho que será grande santo, advogado de muitas almas e reformador de uma grande obra que se verá”.

Educou-se com seus vizinhos carmelitas. O padre Augustín de los Reyes foi seu mestre. Ao contrário do que se poderia supor, não se fez carmelita, mas ingressou na Ordem Trinitária. Isto se sucedia em Toledo no ano de 1580. Na cidade imperial teve como mestre de noviciado o padre Alonso de Rieros, do qual dá este testemunho: “Sempre que o santo mestre tratava de virtude eram seus dois olhos fontes de lágrimas e com eles ensinava mais que com as palavras”. Em outro lugar: “Eu me criei com um mestre de noviços que sempre nos persuadia para que pensássemos na paixão de Cristo”. Cursou os estudos de filosofia e teologia na universidade de Alcalá de Henares (Madri).

Foi ordenado sacerdote em 1585. Tinha grandes qualidades para a pregação. Contam seus contemporâneos que seus sermões eram labaredas que incendiavam os corações e os induziam à conversão. Sabia tocar as fibras do coração sobre tudo quando falava da infinita misericórdia de Deus Pai.

Durante cinco anos, exerceu o ofício de pregador maior no convento de La Guardia (Toledo). Ali teve ocasião de visitar e venerar com frequência o Santo Menino de La Guardia em seu Santúario. De La Guardia, passou como pregador maior ao convento de Membrilla (Ciudad-Real). Em 1594, é solicitado como pregador maior do convento de Sevilla. Era a casa princípal da província de Andalucía. Conviveu na casa de Sevilla com religiosos de grande valor: Martín de Virúes, Hernando de Zafra, Diego Lopez, Francisco Hidalgo... “ eu era bem visto com eles”, confessa São João Batista. Inclusive tinha fama de santo. O padre Virúes diz dele: “Frei João é muito recoléto, não há necessidade de ir a Valdepeñas”. No entanto Deus o vinha chamando...  Já em Valdepenãs, em 1594, havia recebido o primeiro convite. Em Sevilla podemos assinalar dois: o do padre carmelita, Augustin de los Reyes, seu antigo mestre; e o da festa de Santa Inês de 1596: em tal circunstância pronunciou um sermão ‘inspirado’. Era o mesmo dia em que tomavam o hábito os primeiros recoletos em Valdepenãs.


Chamado forte e definitivo: Ecija, primeiros dias do mês de fevereiro de 1596. São João Batista vai de Sevilla à Andújar para dar as boas vindas ao padre Diego de Guzmán, Comissário geral. Perto de Ecija se desencadeia uma horrorosa tempestade de trovões, relâmpagos e raios. A cavalaria se apavora. São João Batista é apreendido pelo medo. Crê-se perdido. Faz voto de fazer-se recoléto se saísse vivo daquele perigo. A tempestade se acalma e ele permanece ligado a um voto.

Na casa de Andújar começam os problemas. O padre Comissário quer mandá-lo a Madri como pregador. Ele se sente obrigado a ir como recoléto a Valdepeñas. Para solucionar o problema, recorre a Mãe de Deus: “Mãe de Deus, se veio do céu a iniciativa de fazer eu aqueles votos e juramentos, venha igualmente do céu a força para cumpri-los, pois eu não posso e nem penso em comunicá-los ao Comissário”. A Santíssima Virgem mudou a vontade do Comissário. “Estou pensando em uma coisa”, lhe diz o Comissário com aspecto risonho: “é grande a misericórdia de Deus e algo certíssimo que se vá daqui a valdepeñas”. Frei João Batista, emocionado, lhe fala da tempestade e do voto. O Comissário, abraçando-lhe, diz estas palavras: “Vá, meu padre, pois o momento é oportuno, perseverará na Reforma, zelará por ela e a defenderá de todos os que a quiserem destruir, e procurará levar a outros”. Dali, passando pelo Santuário da Virgem de La Cabeza e por seu povoado, para despedir-se de sua mãe, se foi a Valdepeñas para iniciar a Reforma. Em 1596, começou a Reforma trinitária, justamente quatro séculos depois da fundação.

Depois de um tempo de experiência, ante as dificuldades que encontra para fazer progredir a Reforma, dependendo dos Calçados, decide ir a Roma para pedir ao Santo Padre o Breve da Reforma que lhe conferiria proteção pontifícia e independência para a Reforma. Duas vezes tenta viajar à cidade do papa. A segunda vez, em meio a grandes dificuldades, no sabado santo, enquanto os sinos tocavam a gloria, fazia sua entrada em Roma nosso Pai e Reformador. Corria o ano do Senhor de 1598. Em outra primavera, de 1198, nossos pais João e Felix haviam chegado a Roma com o mesmo fim.

Em Roma vive com os carmelitas descalços de santa Maria della Scala (Trastevere). Depois de inumeráveis dificuldades, consegue do Papa Clemente VIII o tão desejado Breve da Reforma que começa com as palavras: Ad militantis Ecclesiae regimen, datado de 20 de agosto 1599, festa de São Bernardo.

Já de novo na Espanha, nosso Santo Reformador se dedica com afinco e ardor à implantação da Reforma trinitária. Funda casas, recebe os novos candidatos aos quais vai formando segundo o verdadeiro espírito da reforma. Deus premia seus esforços com grande número de vocacionados. Seus pilares são: oração, espírito de sacrificio e de pobreza, com grande zelo apostólico. Em 1605, alcança o número de casas que o Breve exige para fundar a Província descalça. São João Batista foi o primeiro Provincial.

Prossegue sua atividade fundadora e reformadora. É considerado fundador de 16 conventos. Seu espírito fundador chega também até as Religiosas Trinitárias Descalças do monastério da Via de Lope de Vega de Madri.

Mesmo com tantos trabalhos, encontra tempo para escrever. Nove tomos de doutrina e numerosas cartas e sermões são o fruto de sua atividade como escritor.

Sua hora final lhe surpreende em Córdoba. Ao dar-se conta do próximo encontro com o Senhor, exclama: “Bem sabeis, Senhor, que fiz o quanto pude”. Ao contemplar seus filhos, triste pela separação da morte lhes diz: “Filhos meus, não se aflijam, pois no céu os servirei melhor”. Isto aconteceu em Córdoba, em 14 de fevereiro de 1613. Contava com cinquenta e um anos e meio de idade.

Seus veneráveis restos se veneram em Córdoba. Foi beatíficado em 1819. Paulo VI o canonizou em 1975. Sua festa se celebra em 14 de fevereiro. Também as dioceses de Córdoba e Ciudad-Real celebram sua memória.

(SÁNCHES, José Hernandes. Espigando en el patrimonio trinitario: lecturas para cada día del año. Edição de 2001. p. 127-128)

TRÍDUO A SÃO JOÃO BATISTA DA CONCEIÇÃO

Ó santo pai João Batista da Conceição, vós que desde a infância correspondestes fielmente às inúmeras graças divinas com uma vida virtuosa e inocente, unida a uma austera penitência, e reprimistes pois firmemente todas as concupiscências do mundo, tanto que pudestes repetir com o apóstolo São Paulo: “Eu estou crucificado ao mundo e o mundo a mim”: concedei-nos da Santíssima Trindade a graça de abraçarmos corajosamente o árduo caminho da mortificação, pelo qual poderemos vencer a carne pelo espírito, expiar os pecados cometidos e progredir rapidamente na vida da santidade. Sim, santo pai, nós confiamos que, sustentados e guiados por vós, evitaremos futuramente uma recaída no pecado e viveremos até a morte no amor e na amizade do nosso misericordiosíssimo Deus.  

        Glória ao Pai...

V. Rogai por nós, São João Batista da Conceição.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos: Ó Deus, que adornastes o sacerdote São João Batista da Conceição de admirável ciência divina e de zelo apostólico, concedei-nos, por sua intercessão, crescer no conhecimento de vosso Filho e viver sempre segundo o Evangelho, dando frutos abundantes de boas obras. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Ou

Ó Deus, que escolhestes São João Batista da Conceição e fortalecestes com invencível vigor para promover o primitivo espírito da Ordem e implantar um gênero de vida mais observante, concedei-nos que, seguindo seus ensinamentos e exemplos, nos renovemos constantemente em nossa espiritualidade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

V. Ora pro nobis Sancte Pater Joannes Baptista.
R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Oremus: Deus, qui ad majorem Sanctissimæ Trinitatis gloriam propagandam beatum Joannem Baptistam Confessorem tuum admirabili spiritus fortitudine et invicta patientia roborasti: concede nobis famulis tuis; ut ejus imitationi jugiter inhærentes, gloriam assequamur æternam. Per Christum Dominum nostrum. Amen. 

ORAÇÃO PARA O DIA DA FESTA

Prostrados diante do vosso altar, o santo pai João Batista da Conceição, com sentimentos de forte arrependimento, nós confessamos que a nossa vida tem sido até agora muito diferente da vossa e a maior parte dela foi contaminada pelo pecado. Além disso, ao invés de reparar com a penitência, nos afastamos de tudo quanto se opõe a comodidade e a vaidade terrena. Mas hoje, cheios de confiança na vossa imensa caridade, vos suplicamos humildemente para que imploreis a Deus para nós a verdadeira dor de nossas culpas e uma constante perseverança na nova vida que resolvemos levar de agora em diante. Vós, porém, ó glorioso pai, conheceis a nossa fraqueza e os perigos que nos rodeiam: sustentai-nos, portanto, com vossa poderosa ajuda na nossa decisão, para que, reparando os males passados com uma verdadeira penitência, possamos daqui para frente, caminhar pela estrada das virtudes e chegar ao céu para louvar a Deus juntamente convosco por toda eternidade. Amém.
       
        Pai nosso...   Ave Maria...   Glória ao Pai...  

ORAÇÃO A SÃO JOÃO BATISTA DA CONCEIÇÃO

Ó glorioso santo pai João Batista da Conceição, vós que, pela glória da Santíssima Trindade, com admirável coragem e invicta paciência superastes os obstáculos que o maligno e os homens vos impuseram na obra de restauração da Ordem Trinitária e, em recompensa desta vossa constante perseverança, recebestes a consolação de ver os filhos caminharem de acordo com o exemplo de seus Pais; alcançai-nos do Senhor o dom da fortaleza para triunfarmos sobre todos os obstáculos que o maligno, o mundo e a carne nos impõem no exercício das virtudes cristãs, e uma grande paciência para suportar as mortificações e as cruzes que nos vem de Deus e dos homens; para que, superadas as provas e conformados com a divina vontade, possamos conquistar o prêmio que Deus prometeu àqueles que, nas alegrias e nas fadigas de cada dia, permanecerão fiéis até a morte. Amém.

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