BEM-AVENTURADO MARCOS CRIADO
Nasceu em Andújar (Jaén, Espanha) no dia 25 de abril de 1522. Seus biógrafos ressaltam sua piedade mariana já desde pequeno. Na flor de sua juventude pede para ser admitido como religioso Trinitário no convento que os Trinitários calçados tinham em sua cidade. Ali se formou, estudou filosofia, teologia e foi ordenado sacerdote. Sentia-se especialmente chamado para o ministério da pregação.
Oferece-se como missionário: cerca do ano 1560, os Bispos de Guadix e Almería pediam aos Trinitários que lhes enviassem missionários para pregar a fé cristã aos mourescos. Ofereceram-se dois frades: Pedro de San Martín e Marcos Criado. Frei Pedro faleceu antes de iniciar a missão. Restou somente frei Marcos, que partiu para Las Alpujarras, região extremamente difícil. Ali tinham fixado sua morada os mourescos.
Apesar das dificuldades e ameaças, frei Marcos começou sua missão percorrendo a pé, sozinho e entre mil perigos, os povoados e vilarejos das ásperas alturas das Alpujarras, consolando e animando os cristãos, e procurando anunciar o Evangelho aos que não acreditavam em Cristo. Seu zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas foi inestancável.
As ameaças, porém, não tardaram a se tornar realidade. Os muçulmanos lhe juraram vingança. Surras, humilhações, embustes... lhe eram impostos diariamente. Abhencota, um dos chefes mais ferozes dos mourescos, mandou arrastá-lo preso à cauda de um cavalo.
A última surra lhe aconteceu em 21 de setembro de 1569. Estourada a revolta dos mourescos das Alpujarras, o frei Marcos foi a primeira vítima. Seus inimigos o levaram num bosque não muito longe de La Peza. O amarraram a um carvalho onde ficou três dias, cantando hinos e rezando a Deus por seus carrascos.
Entre golpes e insultos o ameaçavam para renunciar à sua fé cristã. Frei Marcos respondia: Renegar a Cristo? Jamais! Então, cheios de ódio, suspendem-no na árvore de modo que seus pés não toquem no chão. Passou toda a última noite nesta posição. De manhã, vendo que, todavia, estava vivo e continuava cantando os louvores de Deus, o apedrejaram até deixá-lo quase morto. No dia 25, vendo que não tinha morrido, um mouresco lhe abriu o peito e lhe extraiu o coração.
Os prodígios não terminaram. Do seu coração saía um resplendor e nele se via escrito o anagrama de Jesus (J.H.S.). Os mourescos recuaram confusos. Alguns se converteram à fé cristã. Era o ano de 1569. Assim terminou sua vida o intrépido frei Marcos Criado. Tinha 47 anos de idade e 33 de profissão religiosa.
A cidade de La Peza o venera como seu padroeiro, a região de Alpujarras como seu apóstolo, a Ordem Trinitária como um dos seus mais autênticos filhos. Seu culto “ab immemorabili” foi solenemente confirmado por Leão XIII em 24 de julho de 1899. Sua festa se celebra no dia 24 de setembro.
Tríduo ao Bem-Aventurado Marcos Criado
Ó glorioso mártir, Bem-aventurado Marcos Criado, que escolhido por Deus para ser apóstolo do Nome adorável de Jesus, o pronunciastes por três vezes após ter sido batizado, o difundistes sempre entre o povo cristão e tanto, pois, o amastes que o recebestes impresso no coração, como miraculosamente Deus o manifestou no vosso glorioso martírio; com a vossa poderosa intercessão junto à Santíssima Trindade, concedei-nos que em todas as tentações, perigos e tribulações, existentes em nossa vida, e especialmente na hora terrível da morte, possamos invocar o Santíssimo Nome de Jesus, que é a nossa consolação, a nossa esperança, e a única salvação das nossas almas. Suplicai a Deus para nós, ó invicto mártir, uma generosa força de ânimo, para que nestes tempos de indiferença religiosa, de extinta fé e de grande impiedade, sigamos sempre o reto caminho da virtude e dos ensinamentos de nossa santa Igreja, que só nos podem conduzir ao desejado porto da felicidade eterna. Amém.
Pai Nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
V. De esplendor e de glória, ó Senhor, o coroastes.
R. Vossas obras aos pés lhe pusestes.
Oremos: Deus eterno e todo-poderoso quisestes que o Bem-aventurado mártir Marcos Criado se tornasse pregador insigne do vosso Evangelho; concedei-nos por sua intercessão, anunciar e testemunhar com nossas vidas a fé que professamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
V. Gloria et honore coronasti eum, Domine.
R. Et constituisti eum super opera manuum tuarum.
Oremus: Domine Jesu Christe, qui beatum Marcum Martyrem tuum eximium verbi tui praeconem effecisti: concede propitius; ut ejusdem intercessione, quam mente tenemus fidem, eamdem moribus et vita fateamur. Qui vivis et regnas in sæcula sæculorum. Amen.
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